Tuesday, April 18, 2006
ATALANTE FUGITIVE II
O que Jung dizia àcerca dos tratados de alquimia chinesa, que a "lição" vinha logo no princípio e aí se desvendavam os segredos, depois desenvolvidos, aplica-se também muitas vezes ao caso das gravuras que ilustram a literatura alquímica mais poética e cifrada.
A lição é bem simples, como se pode ver por estas duas primeiras da Atalanta Fugiens: trata-se da semente da vida; é transportada pelo vento, amamentada pela terra.
A semente pode ser de uma flor (a rosa que dá o mel às abelhas...), de uma árvore ( o carvalho sagrado dos druidas da tradição céltica), pode ser de uma criança que a mãe acarinha ao colo (a Mãe-Terra, a primeira Eva,que recebeu do Adão primordial a semente da espécie humana) .
Em suma, trata-se ao fim e ao cabo da vida.
Dar e receber a vida, viver, ver crescer, cumprir o destino que é a Obra.
Na gravura I a legenda dizia " O Vento levou-a no seu Ventre. É a terra que amamenta com o seu leite "o filho dos Sábios" ou, porque no Epigrama se chama à semente "embrião", "o Vento levou-o no seu Ventre", o que significa o mesmo.
Na gravura II a legenda reza : " a Terra é a sua Ama ". E no Epigrama podemos ler que " a Terra alimentou com o seu leite o frágil filho dos Sábios ". Mais uma vez a Vida,cuja ama, na gravura é o próprio Globo Terrestre.
A vida, desde a mais ínfima partícula hoje em dia estudada pelos físicos até à maior das manifestações que se venham a descobrir no universo criado.
É disso que trata a alquimia: dos mistérios do universo criado, da origem da vida em todas as suas manifestações, vegetais , animais, humanas ,quem sabe se outras, tudo projectado pela imaginação e fantasia ( a estrela no homem) dos nossos esperançosos antepassados cientistas e filósofos herméticos.
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