Tuesday, April 18, 2006
ATALANTE FUGITIVE
Michael Maier nasceu em 1568 no Holstein, e em 1596 obtém o grau de doutor em medicina em Bâle, cidade onde já Khunrath, antes dele, se formara igualmente.
Aqui recebeu sem dúvida a primeira influencia das ciencias herméticas, pois esta era a cidade de Paracelso, cujas obras médicas e alquímicas contagiaram o mundo culto de então.
Maier obtém depois o grau de doutor em filosofia. A sua sede de conhecimento tem algo de parecido com Rabelais, como observa o tradutor francês da ATALANTA.
O último grau que obtém é o de doutor em "medicina hermética", como ele próprio refere. Era de resto muito no meio médico , e já desde os árabes,que o hermetismo se vinha a desenvolver.
O Imperador Rudolfo II, em 1608, convida-o para seu médico pessoal. A vida de Maier transforma-se então de simples vida de adepto em vida de cortesão protegido, que o Imperador fará Conde Palatino,
Em 1612 Rudolfo morre, e Maier parte para Inglaterra com o manuscrito dos ARCANA arcanissima. Em Londres convive com Robert Fludd , médico e hermetista como ele.
Em 1619 está de regresso à Alemanha, vindo a morrer em Magdeburg em 1622,ao serviço de Maurice de Hesse.
A Atalanta Fugiens data de 1617,e é publicada no mesmo ano sob os auspícios de Jean Théodore de Bry, ilustre gravador,a quem se devem as ilustrações da obra, todas elas de identico cariz hermético.Para além do texto alegórico e da música composta pelo autor, é sem dúvida ao brilho secreto das gravuras que se deve o imenso sucesso que a obra conheceu desde logo.
São 50 gravuras de grande qualidade e inspiração artística e foram consideradas por autores como d'Espagnet como a melhor fonte de reflexão que um adepto podia desejar. Pois "os filósofos exprimem-se melhor e com mais energia através de um discurdo mudo, quer dizer, por figuras alegóricas e enigmáticas do que por textos escritos..."
Fiquemos então com a primeira gravura desta série, que estudos recentes atribuem afinal ao genro de de Bry, Mathieu Mérian.A qualidade e o interesse permanecem os mesmos, apesar da mudança de autoria.
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