Sunday, April 30, 2006

BORIS VIAN, le jazz est dangereux


Boris Vian, nesta Europa que se quer tão arrumada, tão normalizada que mete medo, deveria poder ressuscitar, com as suas canções, os seus textos, de todo o género, o seu humor/amor,como o que dedicou a Ursula, o seu jazz, tão mal amado naquela França que se divertia nas noites longas de Saint-Germain e vir gritar aos ouvidos de hoje o irónico artigo que escreveu sobre os "malefícios "do Jazz.
Não vou transcrevê-lo aqui por inteiro, mas deixar só a conclusão:
" ATTENTION! Il y a danger. SUPPRIMEZ LE JAZZ et vous aurez tué dans l'oeuf tous les germes de rébellion sociale qui, à brève écheance, engendreront, tôt ou tard, la guerre atomique."
Escrito nos anos 50, por que será que este protesto parece ainda, em Portugal, de tão grande actualidade?

Para quem não conheça a sua música (ele tocava trompete), os seus livros, a sua pintura, os seus muitos amigos do chamado colégio de "PATAPHYSIQUE", ver: BORIS VIAN DE A à Z, OBLIQUES, n. 8-9.
Como primeira leitura talvez L'ÉCUME DES JOURS ?
E entre outras canções, a VALSE DINGUE, "Une chanson d'Hamour".
Deixo uma estrofe, para ser saboreada, tanto quanto cantada:

"Un' valse en forme de chaise
a repriser des bas
Un' valse en forme de fraise
qu'on mange avec ses doigts
Un' valse avec des écailles
comme un petit poisson
Un' valse pour les volailles
et pour les saucissons
...
Un' valse en peau d' anchois
Un' valse en paté d' foie
Allons chanter dans les bois "

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