O seu imaginário solto, antecipando o dos futuros surrealistas, com quem conviveu em Paris, permite que se entendam símbolos e arquétipos fundadores: veja-se como neste quadro é de um sólido corpo de terra-mãe que emana a forma do pintor flutuante no espaço azul da noite; e é a terra-mãe ou é a lua, que afinal o ampara, seios grandes redondos como de lua cheia ou seu reflexo?
Outro nome é Cybele: lua, sim, mas deusa primordial ao mesmo tempo, com seus rituais assassinos, que no quadro de Chagall não transparecem..
Ele na lua bebe a inspiração que o liberta dos pormenores das casas da cidade, bem longe, lá em baixo, reduzidas a casinhas de brinquedo da sua infância, nem sequer falta o camponês com a sua cabra (animal bem terrestre): da terra à lua, do sono (que a cortina de algodão, no lado direito do quadro, protege) ao sonho, e no sonho a recuperação de símbolos primordiais. A lua é um deles, figuração da Sombra da alma, mas em Chagall extremamente suavizada.
Desta noite da alma nasce a inspiração.
Também aqui, em Shubert...
Também aqui, em Shubert...
4 comments:
Linda imagem, belo texto!
Obrigado!
Esta tela de Chagall é linda!
A comunhão com a música é excelente.
Boa tarde!
Que bom que os meus amigos gostem...
Belo texto...
http://palavrasnasparedes.blogspot.com.br/
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