Origami
Chegava a Nau Catrineta
miniatura de cartão
pintada de azul celeste
com versos de um poeta
que só via Portugal
as suas brancas areias
como lençóis num estendal
estendido pelo mar escuro
que o país ainda amava
apesar de o conhecer
e repetir os defeitos
mais versos no origami
era um barquinho perfeito
já pousado no destino
dos calhaus bem escolhidos
pedrinhas soltas a eito
para indicar os caminhos
daquela nau tão esquecida
só ficara nas canções
nos versos do origami
tão pequeno e tão perfeito
num país que era tão pobre
mas que não era feio
tinha luz
tinha comida
e tinha uma luz escondida
para mostrar o barquinho
a quem nele fosse ver
o segredo das pedrinhas
equilibrando o destino
28 de Outubro, 2025
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