Não é logo
sobre tantos retratos
tranquilos
de sorriso enigmático
com algo escondido
no olhar e
que alguém se precipita
a revelar
que surge a palavra certa,
a do lamento.
Na Primavera também morrem
poetas
como qualquer pessoa
mas dos poetas
exige-se tanto mais...
que fiquem
que perdurem
que nunca de ninguém
se vejam separados
não é para isso que servem
os retratos?
E as palavras, tantas,
que nele ficaram sem tempo
atravessadas?
Não era Primavera?
Não estava a chegar
a bela Proserpina?
Mas poeta é assim:
Conhecida afinal
a última palavra
já não quis esperar.
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