Saturday, October 15, 2016

Lendo a Bíblia, na tradução de Frederico Lourenço

Frederico Lourenço, num gesto que considero de grande amor à sua causa ( o estudo e a divulgação do pensamento e da cultura grega, como já fez com Homero e outros autores) publicou agora uma tradução do Novo Testamento a partir dos textos em grego antigo normalmente não considerados nas traduções que existem  da chamada Bíblia de Jerusalém.
Comecei por ler o Evangelho de Marcos, que é o meu preferido pela linguagem directa, sem atavios de embelezamento e em quem  sinto (mas sou de facto apenas uma leitora leiga) uma proximidade com os Evangelhos apócrifos, hoje em dia disponíveis desde que se aprofundaram as investigações a partir da descoberta dos manuscritos do Mar Morto. As edições que possuo são de tradução inglesa (The Nag Hammadi Library in English, 1996) como a que tenho da Bíblia de Jerusalém é de tradução francesa (e já antiga, comprei o volume de bolso que muitas vezes leio, em 1955). Para reafirmar que não tenho a capacidade de ler os textos antigos no original, seja hebraico, aramaico ou grego.
Dos textos gnósticos o meu preferido, por deixar em aberto, na minha opinião, tantas sugestões, entre elas a do papel da mulher, matéria melindrosa, outrora como agora, é o atribuído a Tomás. Já falarei dele adiante.
Mas ficando então pelo Evangelho de Marcos, na tradução de Frederico Lourenço, onde posso ler o que  penso ( o que a torna para mim extremamente aliciante e pedindo perdão por não respeitar o AO que ele seguiu, mas a mim me afronta um pouco) :
"A redacção é tersa, o ritmo é veloz e as frases estão carregadas de dramatismo. Compreensivelmente aproveitado (para não dizer plagiado) por Lucas e Mateus, sobre o Evangelho de Marcos podemos dizer que é dos livros mais arrebatadores que alguma vez foram escritos" (p.159, nota introdutória).
Não sabemos ao certo quem foi Marcos. Terá sido companheiro e tradutor-intérprete de Pedro. E, acrescenta F.L. que, segundo uma tradição da Igreja primitiva (da História Eclesiástica de Eusébio, século IV), Marcos terá registado " tudo o que Pedro lhe contou sobre Jesus com exactidão, ainda que não ordenadamente" (ibid.).
Não entrarei aqui no detalhe linguístico de quem pode ou não ter sido Marcos, mas sigo o que o autor nos diz, depois de colocada a questão, que parece "verosímil que o Evangelho de Marcos tenha sido escrito em Roma, conforme reza a tradição"(p.160).
Lendo então o Evangelho, sem colocar questões de ordem teológica,  histórica, comparatista, apenas com o prazer de uma leitura seguida, o que mais me impressiona é que Marcos entra directamente na descrição do que vai contar, como quem está ali a ver e a reproduzir tal e qual, numa reportagem sem filtro, que se deseja fiel.Dou um exemplo:
" Apareceu João baptizando no deserto e anunciando um baptismo de mudança para libertação dos erros. E saía ao seu encontro toda a região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém. E eram baptizados por ele no rio Jordão, reconhecendo os seus erros."(p.163).
Ou ainda, sem outros comentários sobre a estranheza do facto, o modo como João se apresentava:
" João estava vestido de pelos de camelo e com uma faixa de couro à volta da sua cintura, alimentando-se de gafanhotos e de mel selvagem".
Cabe a nós, leitores, supôr que João era um eremita dos que rezavam e jejuavam no deserto, aguardando a revelação e o momento de se manifestarem com o anúncio da Boa Nova:
" Depois de mim vem o mais forte do que eu, de quem não sou digno de me inclinar para desatar a correia das suas sandálias. Eu baptizei-vos com água, mas ele vos baptizará num espírito santo" (p.164).
Continuando, na mesma linguagem directa de quem narra sem perder o fio, descreve a chegada de Jesus de Nazaré e o seu baptismo por João:
" E aconteceu naqueles dias que veio Jesus de Nazaré na Galileia e foi baptizado por João no rio Jordão. E logo, emergindo da água, viu serem rasgados os céus e o espírito descer sobre ele como uma pomba. E uma voz veio dos céus : Tu és o meu filho amado; em ti eu me agradei."
Já tinha sido uma pomba (que Noé levava na sua arca, quando escapara ao dilúvio, na descrição do Antigo Testamento) a dar  a boa nova de que as águas que cobriam o mundo se estavam a retirar e ele, no alto do monte Ararat, poderia retomar uma vida normal.
A imagem da pomba como emblema da Boa Nova perpetua-se até hoje, nas Festas do Espírito Santo, mas já se encontrava frequentemente nos códices da alquimia medieval, atravessando a Idade-Média e ainda as gravuras do século XVII, por exemplo em Michael Maier, na Atalanta Fugiens, em que a pomba marca o momento da sublimação da Pedra, da matéria negra a transformar .
Estamos perante o maior dos mistérios, este do Espírito de Deus que declara o seu agrado no Filho, mas em nada mais se alonga o Evangelista.
O Espírito atrás referido, e agora sob a forma de uma pomba, desce sobre Jesus, e a voz que vem dos céus, a voz do Supremo Criador, proclama a sua escolha e o seu agrado (como em Génesis 1 tinha feito, a propósito da criação, ao afirmar que era bom tudo o que via e tinha feito). Este é o novo Adão e por ele a Humanidade será redimida do pecado original.
Continuando a ler, poderemos estranhar que o imaginário da magia, o mal no mundo, esteja logo ali tão presente, quando Jesus é "impelido para o deserto"  e fica no deserto quarenta dias a ser tentado por Satanás, embora estivesse a ser servido por Anjos.
Satanás será figura muito presente neste Evangelho, e a intervenção de Jesus contra os seus malefícios uma constante com que se afirmam os seus poderes de Cuidador, de Redentor, de Salvador.
Por todo o lado o chamam, para salvar doentes, curar cegos ou paralíticos, expulsar demónios, como no conhecido episódio em que na Sinagoga um homem com "um espírito impuro" lhe berra, dizendo: ' O que há entre nós e ti, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem tu és: o santo de Deus.' E Jesus repreendeu-o, dizendo: 'Cala-te e sai desse homem'" (p.164-165).
O espírio impuro, com um grande grito sai do corpo daquele homem.
O interessante é verificar a naturalidade com que se tratam um ao outro, o espírito impuro e Jesus de Nazaré, como velhos conhecidos que já se tivessem defrontado antes (Satanás no deserto, naqueles quarenta dias de tentação, com Jesus servido por Anjos mas incomodado pelo diabo) ou ainda quem sabe se nos primórdios da criação, no Jardim do Éden.
Duas faces de uma mesma moeda, uma a energia actuante do bem, outra a energia insistente do mal, num confronto que dura até aos nossos dias, mas que ali se regista com o seu mistério próprio, de uma nova oportunidade oferecida ao Homem.
Como diz Marcos, Jesus veio "para prègar".
Mas em cada momento o que nos é dado a ver é a capacidade de um Curandeiro, um mágico que enfeitiça quem salva e quem o contempla, de tal modo é permanente a referência à quantidade de demónios que em todo o lado e em toda a gente vai expulsando:
" E curou muitos enfermos com toda a variedade de doenças e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios, porque o conheciam" (p.165)
Conheciam-se...desde o princípio dos tempos, desde as trevas primordiais por onde pairava o Espírito de Deus, onde o nó fundo do mal espreitava e espreitaria sempre...mas também deste modo se dá a entender, indirectamente, que Deus estava em Jesus e Jesus estava nele, e desde sempre.
Marcos não se demora a interrogar-se sobre esta questão do mal.
A sua narrativa, aquilo que tem para contar é diferente. Diz respeito a Jesus, Vida, Morte, Ressureição. E à Boa Nova, que é o perdão dos pecados.
No episódio do possesso de Gerasa de novo encontramos Jesus a ser interpelado por um demónio que lhe coloca a questão:
" 'O que há entre mim e ti, ó Jesus, filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te, por Deus, que não me tortures! ' É que Jesus dizia-lhe 'Sai desse homem, espírito impuro! ' E Jesus perguntou-lhe:'Qual é o teu nome? Ele diz-lhe:'O meu nome é Legião, porque somosmuitos.' Havia ali, próximo do monte, uma grande vara de porcos a ser apascentada. Os demónios do homem pedem para que Jesus os envie para esses porcos e Jesus faz-lhes a vontade.
Depois de terem saído do homem e entrado nos porcos, que seriam "cerca de dois mil", a vara despenha-se dum precipício para o mar e afogam-se todos".
Não admira que em muitas regiões e religiões o porco seja ainda hoje considerado um animal impuro e impróprio para ser comido. Nasceu aqui a mácula do animal.
Para além desta incessante luta contra os demónios do mal, Marcos adiante no texto vai referindo os milagres que multiplicam o pão, os peixes, e a suprema visão de Jesus caminhando sobre as águas, visão que lhes confirma que ali estavam perante um Ser Supremo.
Será contudo mais adiante que Pedro reconhece Jesus como o Messias (p.185).
É caminhando para as aldeias de Cesareia com os discípulos que Jesus lhes pergunta "Quem dizem os homens que eu sou? "
E este é o momento fulcral, no Evangelho de Marcos, em que o "Filho da Humanidade" se inscreve na história da criação, do judaísmo ao cristianismo:
"Eles falaram-lhe, dizendo 'João, o Baptista; outros, Elias; e outros, que és um dos profetas'. E ele perguntou-lhes: 'E vós, quem dizeis que eu sou?' Pedro, respondendo, diz-lhe : 'Tu és o Cristo.'
Neste momento, outro de grande Mistério, eu precisaria de me socorrer das obras em que o Cardeal Joseph Ratzinger se debruça sobre esta suprema Revelação da origem divina do Homem Jesus,  "o Filho da Humanidade", que Pedro chama de Cristo.
Revela o seu destino, prestes a ser cumprido:
"...o Filho da Humanidade tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, tem de ser morto e, após três dias, ressuscitar"(p.186).
Jesus, que Pedro tenta que não se exponha tanto, repreende depois o que será primeiro aquele que o renega, depois Pedra fundadora do novo Templo, a Igreja Cristã, exclamando ( o que não deixa de ser estranho): "Vai-te para trás de mim, Satanás, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as dos humanos".
Na verdade Pedro sentia que corriam perigo, e tenta proteger, com mais discrição, o Jesus, agora Cristo revelado.
O epíteto com que Jesus-Cristo se refere a si próprio é "Filho da Humanidade".
Outra matéria a ponderar,  na incarnação divina em Jesus Cristo é toda a humanidade que é abrangida, pois da eterna Criação se ocupa Deus aqui, para a redimir.
Arrependeu-se a dado momento, outrora, Yahvé-Deus, mas eis que deu ao Homem uma nova oportunidade, neste momento confirmada.
Um versículo que Frederico Lourenço considera ter sido uma interpolação " onde o verme não morre e o fogo não se apaga" , a propósito de se poder ser lançado " à geena", bem como outra afirmação, de "Belo é o sal", - remetem-me para o imaginário alquímico dos primeiros séculos da nossa era (também ele de raiz gnóstica) em que fogo e água desempenham um papel fundamental, sendo que o sal, o sal da vida, é o terceiro elemento que permite a sublimação desejada.
Encontro de repente, neste texto de Marcos, uma memória que pode ter  a sua origem nos antigos alquimistas gregos, que todos se diziam cristãos e servidores de deus, ajudando a que se consumasse a Obra da perfeição da matéria, interrompida em dado momento por uma degradação a que não era alheia a Queda, com o Pecado Original.
São muitas as ilustrações e as gravuras em que o verme alquímico, sob a forma de serpente, ou de dragão, está representado, ora a arder no fogo, elemento primordial, ora a ser imolado pela espada de um adepto.
Não menos importante, nos textos alquímicos é o papel da mulher, para o sucesso da Obra.
E como não será de estranhar também nos Evangelhos é vital o papel da mulher.
Antes de tudo o de Maria, a Virgem, Mãe de Jesus. Deveríamos ler, junto com os Evangelhos, os belos poemas de Rilke dedicados à vida e à morte de Maria.
Pura contemplação.
Marcos refere, a dada altura do percurso de Jesus, já como Cristo e reconhecido como tal, na sua plena dimensão divina, a importância da mulher e do respeito que lhe é devido, tal e qual como ao homem, na relação do casamento. Na tradição judaica o homem podia divorcia-se e voltar a casar com outra, mas a mulher não podia fazê-lo, era privilégio puramente masculino; se  a mulher o fizesse seria considerada adúltera em relação ao seu primeiro marido. Ora Jesus, em Marcos, clarifica a questão, explicando, ou lembrando aos discípulos o que é dito em Génesis 1 sobre a criação do homem e faz da dupla homem/mulher um único ser:
"Devido à dureza do vosso coração é que ele vos escreveu esse preceito (refere-se a Moisés, que o terá escrito); mas, desde o princípio da criação, macho e fêmea os fez. Por isso o homem deixará o seu pai e a sua mãe e será unido à sua mulher e serão os dois uma só carne. De tal forma que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu não separe o ser humano" (p.191).
Na verdade esta questão da androginia do primeiro homem criado, à imagem e semelhança de Deus, em Génesis 1, levanta a questão da dupla essência do Criador, um Yahvé também ele andrógino, e manifestando-se desse modo, na dupla realidade do masculino e do feminino.
Neste ponto da narrativa de Marcos o importante é estabelecer uma igualdade entre homens e mulheres, não existente à época. Um preceito inovador, revolucionário até, em certa medida.
Voltando à importância que as mulheres adquirem ( a contragosto de alguns discípulos) no re-conhecimento e divulgação da Mensagem de Jesus, será interessante ler o Evangelho apócrifo de Tomás, e no que  é contado sobre a importância de Maria Madalena como iniciadora, enquanto discípula dilecta que Jesus protege.
Também aqui, na linguagem simples e directa de Marcos, se vai directamente ao assunto que para ele se revestiu de maior importância, no caso das mulheres, que são Maria, mãe de Jesus, e Maria Madalena, entre outras citadas que ficam a espreitar o que acontece quando o corpo é retirado da cruz, e a seguir levado por José de Arimateia para o sepulcro que já tinha preparado.
" Maria Madalena e Maria, mãe de José, espreitavam 'para saber' onde Jesus tinha sido sepultado" (p.211).
 Maria Madalena acompanhou Jesus pelos caminhos,  e é ela que levará a Nova da Ressureição aos discípulos, estupefactos.
Mas isso não nos é dito nesta tradução de Frederico Lourenço, que fica suspensa na última folha dos códices de grego antigo de que se ocupou. Este Evangelho de Marcos termina de forma abrupta:
" Entrando elas (as mulheres que também acompanhavam Maria Madalena) no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma única branca, e ficaram apavoradas. Ele diz-lhes: Não vos assusteis. É Jesus, o Nazareno, que procurais, o crucificado? Ressuscitou. Não está aqui. Vede o lugar onde o depuseram. Mas ide e dizei aos seus discípulos e a Pedro:'Ele vai à vossa frente a caminho da Galileia; lá o vereis, tal como ele vos disse'.
E elas, saindo, fugiram do sepulcro pois dominava-as um tremor e um êxtase. E nada disseram a ninguém:tinham medo, pois"(p. 216).
 Em nota de rodapé, Frederico Lourenço explica que este final incompleto (em relação aos outros conhecidos) se pode dever a várias causas, pergaminhos perdidos ou destruídos pelo tempo, morte do Evangelista, ou apagamento por não se desejar que houvesse continuação.Não há resposta, para este caso.
Na Bíblia de Jerusalém, existe uma continuação:
16
"Ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, Jesus apareceu em primeiro lugar a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demónios. Esta foi dar a notícia aos que tinham sido seus companheiros e que estavam de luto e em lágrimas. Eles, ao ouvi-la dizer que ele estava vivo e que ela o tinha visto, não acreditaram."
Jesus foi reconhecido finalmente, a custo, como ressuscitado, pelos onze. Censurou-os por isso, e mandou que se espalhassem pelo mundo, a proclamar a Boa Nova, a baptizar, a fazer as curas e milagres a que já tinham assistido. De seguida, depois de lhes ter falado, "o Senhor  Jesus foi arrebatado ao céu e sentou-se à direita de Deus".
Fica assim de acordo com a tradição do que se aprende na catequese, este último episódio da  Ressureição de Jesus, não constante dos antigos mss. gregos da tradução de Frederico Lourenço.
Que haja muito mss. apócrifos, entre eles o Evangelho de Tomás e outro de Maria, faz-nos reflectir sobre o que foram estes primeiros tempos de "mudança de mentalidade", onde o deus primitivo se humaniza em Cristo-Jesus, onde o papel da mulher é sublinhado e se adivinha o que um pensador como Jung dirá, numa dos seus volumes sobre a alquimia espiritual, que o Feminino em Deus está presente no mais antigo imaginário, e se torna actuante no inconsciente colectivo de que ele fez uma apologia convicta.
As notas que acompanham a tradução de Frederico para mim foram preciosas, e agradeço que tenha tido o cuidado de partilhar connosco mais uma fonte da sua erudição cuidada.
Por elas vim a descobrir a Bíblia de Nicholas King, que também já comprei, vou ler, porque descobri o que me fazia falta: que ele também se ocupa dos apócrifos que tenho lido, e os traduz das fontes mais antigas.














































3 comments:

Henrique Chaudon said...

Amiga: Vou imprimir para uma melhor leitura. De fato, as questões postas pela Bíblia (ou pelas Bíblias...) sempre me atraíram, embora eu nunca tenha mergulhado veramente nesse oceano. Muito grato, sempre, por suas postagens!

Claudia Sousa Dias said...

A propósito do ethos da figura de Satanás descrita neste post: vejo ali, nas entrelinhas, a inspiração que levou Nikos Kazantzakis a construir a mesma personagem em "A última Tentação de Cristo" o que me faz intuir que se trata de uma tradução excelente esta de Frederico Lourenço (também eu sou completamente incapaz de ler as línguas antigas). Dói-me demais é o uso do AO'90.

Yvette Centeno said...

É verdade, é pena, o uso do AO: não serve em Portugal e não serve no Brasil, onde tenho o eco de muitos amigos escritores...
Mandam as editoras....