O que ele define como uma espécie de reencontro consigo mesmo, através do reencontro - que é sempre uma forma de renovação - com a sua obra, desde a primeira composição até agora, só pode ser uma ocasião feliz da sua vida.
Ele refere esse momento raro, da felicidade concedida aos artistas. Revejo-me no que ele define como revisitação dos seus últimos 30 anos.
Embora eu seja mais velha, a nossa geração é a mesma.
Tinha eu feito para a minha licenciatura uma dissertação sobre Robert Musil, e convidada a ir ao Porto para falar um pouco desse autor que à época não era conhecido entre nós, - e deparo no público com um pianista que gostava e lia filosofia e queria saber mais de Musil.
Gosto do Pinho Vargas desde aí: pela sua curiosidade intelectual, que também o conduz na inspiração da arte que é a sua, evoluindo sempre, caminhando e procurando sempre aquele que em cada momento será o novo som, a nova inspiração.
Ouvi-o na Culturgest, faz uns anos.
Espero vê-lo neste concerto, que é marca dele, sem dúuvida, mas que é marca nossa - os que agora envelhecem (é assim que me sinto) um pouco perdidos na relação com o mundo.
Pedro Boléo, excelente crítico, deixa o seu convidado falar, na entrevista.
E quem diria que para ele, Professor e compositor é também, como para mim, enquaanto antiga Professora, o século preferido, o que sempre chamei de séc. I da Modernidade (não confundir com modernismo). O das ideias fundadoras que recentemente, com ajuda da Prof. Manuela Nunes, tentei trazer ao nosso tempo pela via de Lessing e do seu drama líriio Nathan der Weise!
Fechei com esta peça a minha veia de tradutora (em verso livre). Alguém a lerá um dia...como acabaram a ler um Musil ignorado.
Dito isto , divagação saudosa, espero que, enquanto não saia um disco, a sala do São Luiz esteja repleta para a subtileza e o maravilhoso encontro de Pinho Vargas com o seu público.
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