O seu último livro O Amante Japonês, na editora Assírio e Alvim.
Lido o poeta, ler os livros que ele lê:
Camilo Pessanha
Pessoa-Campos (mas quem lê este, lê todos...)
Herberto Helder
Novalis
William Blake
Luiz Pacheco
Carlos de Oliveira (sim Finisterra, sempre...)
Manuel de Freitas
Sá de Miranda
...
De um roteiro mais íntimo e selvagem, a um roteiro não menos íntimo e selvagem (Wagner também lá está, com a sua vertigem musical, ambição desmedida que só em Veneza terá fim) Armando oferece neste seu livro os poemas que só ele sabe erguer, como
"Altos ciprestes, esses poemas
Que se perfilam ao longe na planície escrita dos meus dias.
Negras presenças do mundo, dos homens, da rosa
Incendiada nas palavras.
...
Versos do começo e do fim
Fábulas de nervos ao redor do cérebro
Quem vos traz aqui ao sabor do vento imoderado
De encontro ao vidro sujo do meu rosto e do carro ?"
Viaja-se, neste livro.
Num carro que tem asas e que voa, por vezes desamparado, de lugar em lugar. Mas o poeta sabe qual é o seu ofício, qual é o seu lugar.
Uma palavra acesa na fímbria do tecido, na pétala da rosa ou na espuma do mar. Nem sempre se dirá a luz, mas sempre sempre esse bater convulso do sangue no coração do mundo.
1 comment:
Ora cá está um blog que me diz bastante no meio da blogosfera. Tenho de ir ver o passado deste blog com mais atenção. Entretanto aqui fica o meu blog a sério com os meus escritos e as pinturas dos Outros que o acompanham:
www.heliosfera.blogger.com.br (e não, não sou brasileira)
Carpinteira
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