Monday, October 01, 2007

Na Caza de Aurora


De manhã
soltam-se as pombas
são pombas brancas de leque
bebem antes dos pardais

o tempo fica comprido
o espaço também se alonga
não é o espaço de fora
mas é o espaço vivido
avivam-se muitas memórias

À tarde
falam as gralhas
sob o ácer japonês
em face do outro, inglês,
que é mais alto e sobranceiro

a Fátima serve o chá

À noite joga-se às cartas
ou fazem-se paciências
e contam-se histórias de medo

a Rosa fecha o portão,
voltará de manhã cedo
sacudindo o nevoeiro

4 comments:

Conceição said...

Li o poema à minha mãe.
A minha mãe disse: - Caí no encantamento.
Eu também.

Yvette Centeno said...

Querida Conceição,
Complete o seu blog para eu poder escrever nele.
Que bom ter uma leitora fiel...

Sérgio A. Correia said...

O retorno às coisas simples da infância de sonho. Muito belo.

© Maria Manuel said...

posso dizer "muito mimoso"?

gostei muito!