De manhã
soltam-se as pombas
são pombas brancas de leque
bebem antes dos pardais
o tempo fica comprido
o espaço também se alonga
não é o espaço de fora
mas é o espaço vivido
avivam-se muitas memórias
À tarde
falam as gralhas
sob o ácer japonês
em face do outro, inglês,
que é mais alto e sobranceiro
a Fátima serve o chá
À noite joga-se às cartas
ou fazem-se paciências
e contam-se histórias de medo
a Rosa fecha o portão,
voltará de manhã cedo
sacudindo o nevoeiro
4 comments:
Li o poema à minha mãe.
A minha mãe disse: - Caí no encantamento.
Eu também.
Querida Conceição,
Complete o seu blog para eu poder escrever nele.
Que bom ter uma leitora fiel...
O retorno às coisas simples da infância de sonho. Muito belo.
posso dizer "muito mimoso"?
gostei muito!
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