Monday, June 25, 2007

Sophia de Mello Breyner in memoriam



NA SOMBRA DE SOPHIA

As ondas são as mesmas,
saltam nas rochas
da infância

Sophia dança
na praia

Contam-se os grãos
do tempo,

não se pode virar
a ampulheta

( Praia da Granja, no dia de São João, Junho de 2007 )

5 comments:

101rafeiros said...

Diria antes "à luz de Sophia".

homem da cave

Yvette Centeno said...

H.C.
Onde há luz há sombra...mas sim, podia ser à luz de Sophia.
Cresci a ler os seus poemas.

Isabel Victor said...

Venho aqui com imenso gosto e curiosidade.

Maravilhada ...

Nomeei este blog no meu " caderno de campo "

Obrigada
BlogAbraço

RIC said...

«E "o dia livre e claro" surgiu, e de fontes ressequidas jorraram utopias e sonhos que várias gerações juntas fizeram seus, perseguiram e concretizaram como sabiam e podiam. Ou não souberam e não puderam. Não sei rememorar este tempo de outro modo. Que se tenha chamado Revolução e assim o tenha vivido é agora mais motivo de dorido esgar de resignação que de lamento por uma oportunidade rechaçada. "A revolução já acabou. Naquele país só há ódio", terá desabafado então Jorge de Sena… Hoje, que o sol já vai bem alto sobre esse horizonte, sobejam apenas migalhas do pão farto então avidamente devorado, restam escorropichos do vinho generoso sofregamente engolido e tudo está amorfamente reconduzido a uma nova velha ordem de mitos avulsos e baços, iguais a coelhos saltando para fora das cartolas de uma ubíqua tecnologia, de que muitos têm pressa de usufruir sem pensar, mas de que só alguns gozam plenamente. Acaso só aqueles que nunca souberam o que significa ter de ansiar pelo "dia livre e claro" e para quem a noite era, é e será sempre luz bastante.»

Estamos seriamente precisados de um novo «dia livre e claro»...

Cumprimentos, cara professora!
:-)

Sérgio A. Correia said...

Quem me dera, um dia, escrever assim.