Saturday, October 05, 2024

TANTO MAR, para o Pedro Chorão

  

(para o Pedro Chorão)

Comecemos com a treva

a mais profunda do mar

de que as sereias fugiam

em busca dos seus rochedos

onde podiam cantar

e com a voz melodiosa

seduzir os seus amados

 

Eram tantos e tão belos

com tanto amor para dar

deusas saíam das ondas

mais beleza de invejar

os cabelos enrolados

e nas mãos o seu tear

fazia e desfazia as cores

com que queriam pintar

 

Pintavam os seus amores

nas altas ondas revoltas

manchas nas brancas areias

nas dunas de repousar

 

E mais uma vez cantavam

enquanto a treva as levava

e os corpos se desfaziam

nas ondas de tanto mar



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