Thursday, June 07, 2012

A Princesa Pele de Burro

Um Conto de Charles Perrault actualizado pelo olhar de Jacques Demy, com música de Michel Legrand e um magnífico cast de actores, de que se destacam Catherine Deneuve, a Princesa, e Delphine Seyrig, a Fada que a protege no seu momento de aflição, quando o Rei, viúvo (Jean Marais) se apaixona pela própria filha.
Todo o Conto tradicional encerra uma lição: neste caso a do impulso do incesto, pulsão ancestral, primitiva (basta recordar os episódios das filhas de Moisés no Antigo Testamento) que a Fada explica e contraria, numa Área subtil e cheia de humor, que desdramatiza o facto enquanto lhe encontra solução: a fuga e a pele de burro que cobrirá a Princesa.
Sendo que o burro é o animal que melhor simboliza as pulsões primitivas que na evolução dos costumes, na moral social, terão de ser sublimadas.
Deve-se ler, a este propósito, o Burro de Ouro, de Apuleio, filósofo do século II da nossa Era, obra a que Marie-Louise von Franz (ilustre discípula de Jung) dedicou um estudo muito elucidativo.
Com mais ou menos erudição, o mundo de encanto e maravilhamento que Deneuve nos traz, neste filme, merece a revisita que aqui deixo.

3 comments:

ana said...

Uma história que me deliciou quando era miúda.
Três desafios para vencer e um happy end.

Boa noite!

Yvette Centeno said...

E não é linda, a canção?
Vale a pena encomendar o dvd!

ana said...

A canção é linda!
Obrigada pela sugestão.