Antes de mais felicito o editor pela qualidade da apresentação da obra: elegância do grafismo, do logo, do papel e da letra escolhida para conforto dos leitores.
Quanto à matéria muito há a dizer: a Reflexão sobre o Yoga é-nos trazida por Georges Stobbaerts, na tradução dos Yoga-Sutra de Patanjali, um clássico que os cultores de Yoga bem conhecem.
Tara Michael, investigadora do C.N.R.S. , especialista de estudos indianos e de hinduísmo, escreve a introdução.
Os Yoga-Sutra representam a primeira sistematização da via primordial de conhecimento que é o Yoga,e o documento mais antigo que desta literatura se possui.O autor, Patanjali, escreveu estes aforismos como tópicos de reflexão para mestres e discípulos, sendo a época em que podemos datar a sua vida e obra objecto de hesitação: algures entre o séc.II A.C. e o séc.-III da nossa era. Mas como é próprio das antigas sabedorias, a transmissão, por via oral, é de muito anterior. Quando se chega ao momento da autoria já toda uma cultura foi impregnada desse pensamento primordial.
O objectivo do pensamento como da prática do Yoga é atingir uma libertação da espessura da matéria em que se foi caindo ao longo das sucessivas existências.Trata-se de ajudar a discernir o princípio espiritual aprisionado e que "o fogo do Yoga queima", libertando a sua pura energia.
Por esse fogo, como na alquimia antiga, se queimam:
O ego, e o sentido da sua autonomia em relação ao mundo, ao universo.
O apego às formas grosseiras da existência, materiais, sensoriais.
A aversão, forma de ignorância do outro, pessoas ou situações que nos fazem sofrer e nos causam desejo de fazer mal.
O medo da morte, natural em todas as pessoas e o mais difícil de sublimar.
Resumindo a introdução de Tara Michael, "o Yoga é o controlo das actividades do espírito, que vai desde o simples domínio das operações mentais até à completa suspensão de todas as modalidades da função psíquica".
São muitas as etapas do Yoga, e muitas os exercícios a praticar.
Patanjali, nos 196 aforismos, deixa claro no entanto que a meditação é o centro e fundamento dessa via, que deverá desembocar no Samâdhi, a ruptura da consciência, com a subsequente Iluminação, experiência comparável à que os místicos, do oriente como do ocidente, nos descrevem.
Parabéns por este tomo I, e ficamos a aguardar os próximos!
5 comments:
Cara amiga Yvette:
Só para dizer que continuo fiel leitor de seu blog, que sempre nos traz boas matérias.
Postei um poema do Nuno Júdice n'A Terceira Gaveta, já faz algum tempo. Grato, mais uma vez, por sua generosidade.
Grande abraço, Henrique.
Vem aí outro livro do Nuno, ele não pára! Mas vou enviar Rui Belo, precursor deles todos, falecido há anos e agora reeditado.
Abraço, Yvette
Preciso apenas de arrumar este meu início de ano lectivo.
Amiga Yvette:
Do Rui Belo, tenho o 'Homem de Palavras'. É muito bom.
A propósito: a tradução de 'Citadelle' de Saint-Ex., é dele? Na edição que tenho( Nova Fronteira)o nome do tradutor é grafado Ruy Bello. É outro Rui?
Grande abraço.
boa sugestao;)
Parabéns pelo blog lindo.
Eu adoro Yoga, pratiquei por um tempo, além de tai chin chuan. E também pratiquei Kung Fu e outras artes marciais.
Assim, sou fã da filosofia de vida oriental.
Belo texto.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
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