Se o meu antigo livro, Irreflexões, publicado na editora Ática há anos, tivesse tido uma segunda edição revista e ampliada, seriam estes os poemas acrescentados. Não aconteceu.
Foram reunidos mais tarde para a colecção O Oiro do Dia, com um desenho de Vítor Simões, e pela mão de José da Cruz Santos, editor da INOVA, do Porto, em 1977.
Por uma estranha razão, foi sempre do Porto, onde vivi em criança, que me vieram convites. Neste caso para uma plaquette com 13 poemas.
Por isso é-me fácil agora recuperar para alguns amigos uma parte do pequeno conjunto. Aqui ficam com meu abraço fiel.
SINAIS
O que é o corpo
é um barco?
O que é um barco
é um porto?
O que é um porto
é o mar?
SYMBOLE
Au bout de mes détours
y-aura-t-il un chemin
Au bout de mon chemin
y-aura-t-il de l'aide
Le signe qui m'attend
attendra-t-il toujours
L'ATELIER DU BONHEUR
Il s'agit d'être ensemble
il s'agit de créer
il s'agit d'être heureux
SOLEIL
Le soleil brille à midi.
Mais l'ombre déjà le guette
l'ombre est toujours derrière lui
A transgressão:
é esse o meu limite
A MORTE
A cabeça voltada
para que lado.
Onde encontrar o Oriente
o seu significado
ANJOS
I
É quando o Anjo terrível
se descobre
que a sua luz nos mata.
É a luz
ou a espada?
Ou é o fogo
que dentro dele
se ata
e se desata?
II
Depois da morte
quem indica a morada?
Não é o Anjo.
O Anjo não sabe nada
SINAIS
Sou apenas um sinal
sou apenas um caminho
(quantas vezes percorrido
até chegar ao destino? )
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