Se o meu antigo livro, Irreflexões, publicado na editora Ática há anos, tivesse tido uma segunda edição revista e ampliada, seriam estes os poemas acrescentados. Não aconteceu.
Foram reunidos mais tarde para a colecção O Oiro do Dia, com um desenho de Vítor Simões, e pela mão de José da Cruz Santos, editor da INOVA, do Porto, em 1977.
Por uma estranha razão, foi sempre do Porto, onde vivi em criança, que me vieram convites. Neste caso para uma plaquette com 13 poemas.
Por isso é-me fácil agora recuperar para alguns amigos uma parte do pequeno conjunto. Aqui ficam com meu abraço fiel.
SINAIS
O que é o corpo
é um barco?
O que é um barco
é um porto?
O que é um porto
é o mar?
SYMBOLE
Au bout de mes détours
y-aura-t-il un chemin
Au bout de mon chemin
y-aura-t-il de l'aide
Le signe qui m'attend
attendra-t-il toujours
L'ATELIER DU BONHEUR
Il s'agit d'être ensemble
il s'agit de créer
il s'agit d'être heureux
SOLEIL
Le soleil brille à midi.
Mais l'ombre déjà le guette
l'ombre est toujours derrière lui
A transgressão:
é esse o meu limite
A MORTE
A cabeça voltada
para que lado.
Onde encontrar o Oriente
o seu significado
ANJOS
I
É quando o Anjo terrível
se descobre
que a sua luz nos mata.
É a luz
ou a espada?
Ou é o fogo
que dentro dele
se ata
e se desata?
II
Depois da morte
quem indica a morada?
Não é o Anjo.
O Anjo não sabe nada
SINAIS
Sou apenas um sinal
sou apenas um caminho
(quantas vezes percorrido
até chegar ao destino? )
Thursday, July 20, 2017
Tuesday, July 18, 2017
Uma Ilha Flutuante
Agradeço por aqui ao Rodrigo Francisco, e ao seu Festival de
Almada, neste Verão de incêndios, um bálsamo risonho para a nossa alma de
amantes do bom teatro…
Um banho de arte genial, cheio de humor, subtil, culto como
gosto de ver, - sem as facilidades grosseiras e simplórias que agora surgem por
todo o lado e claro, não me fazem sair de casa, nunca.
Título: Une Île
Flottante, Uma Ilha Flutuante -
produção do Theater Basel e Théatre Vidy-Lausanne, textos de Labiche com
encenação de Christoph Marthaler, um dos grandes como dizia o Rodrigo, junto
com outros geniais colaboradores.
Na realidade por ali flutuamos mesmo, levados por uma onda
surrealista de situações delirantes, entre jogos de línguas, o francês e o
alemão, entre jogos de corpos e de des-comunicações de um humor subtil e ao mesmo tempo cruel de tão real, tão
verosímil, que tanto nos coloca em situação...
Parabéns e que haja mais para o ano...
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