Thursday, July 20, 2017

SINAIS

Se o meu antigo livro, Irreflexões, publicado na editora Ática há anos, tivesse tido uma segunda edição revista e ampliada, seriam estes os poemas acrescentados. Não aconteceu.
Foram reunidos mais tarde para a colecção O Oiro do Dia, com um desenho de Vítor Simões, e pela mão de José da Cruz Santos, editor da INOVA, do Porto, em 1977. 
Por uma estranha razão, foi sempre do Porto, onde vivi em criança, que me vieram convites. Neste caso para uma plaquette com 13 poemas.
Por isso é-me fácil agora recuperar para alguns amigos uma parte do pequeno conjunto. Aqui ficam com  meu abraço fiel.
SINAIS
O que é o corpo
é um barco?

O que é um barco
é um porto?

O que é um porto
é o mar?

SYMBOLE
Au bout de mes détours
y-aura-t-il un chemin

Au bout de mon chemin
y-aura-t-il de l'aide

Le signe qui m'attend
attendra-t-il toujours

L'ATELIER DU BONHEUR
Il s'agit d'être ensemble
il s'agit de créer
il s'agit d'être heureux

SOLEIL
Le soleil brille à midi.
Mais l'ombre déjà le guette
l'ombre est toujours derrière lui

A transgressão:
é esse o meu limite

A MORTE
A cabeça voltada
para que lado.
Onde encontrar o Oriente
o seu significado

ANJOS
I
É quando o Anjo terrível
se descobre
que a sua luz nos mata.

É a luz
ou a espada?

Ou é o fogo
que dentro dele
se ata
e se desata?

II
Depois da morte
quem indica a morada?

Não é o Anjo.

O Anjo não sabe nada

SINAIS
Sou apenas um sinal
sou apenas um caminho

(quantas vezes percorrido
até chegar ao destino? )
















Tuesday, July 18, 2017

Uma Ilha Flutuante

Agradeço por aqui ao Rodrigo Francisco, e ao seu Festival de Almada, neste Verão de incêndios, um bálsamo risonho para a nossa alma de amantes do bom teatro…
Um banho de arte genial, cheio de humor, subtil, culto como gosto de ver, - sem as facilidades grosseiras e simplórias que agora surgem por todo o lado e claro, não me fazem sair de casa, nunca.
Título: Une Île Flottante, Uma Ilha Flutuante - produção do Theater Basel e Théatre Vidy-Lausanne, textos de Labiche com encenação de Christoph Marthaler, um dos grandes como dizia o Rodrigo, junto com outros geniais colaboradores.
Na realidade por ali flutuamos mesmo, levados por uma onda surrealista de situações delirantes, entre jogos de línguas, o francês e o alemão, entre jogos de corpos e de des-comunicações de um humor subtil e  ao mesmo tempo cruel de tão real, tão verosímil, que tanto nos coloca em situação...
Parabéns e que haja mais para o ano...