Saturday, October 21, 2006

El Abencerraje de Toledo,1561



A edição crítica de Francisco Lopez Estrada, reeditada na década de oitenta, ainda hoje é uma leitura que não tem substituição.
A história do Abencerraje e da bela Jarifa está impressa num livro de data desconhecida, que surge encadernado juntamente com a DIANA, novela publicada em Cuenca em 1561 e constante da biblioteca dos Duques de Medinaceli.
Apesar de se encontrar junto da obra de Jorge de Montemayor os estudiosos não pensam que a lenda do Abencerraje seja da autoria do português.
A versão manuscrita da lenda está na Biblioteca Nacional de Madrid e não parece ser datada de outro século que não este XVI.
A ediçao de 1561, de Toledo, conta a história do mouro Abindarraez e da bela Xarifa, e do alcaide de Alora e Antequera, Rodrigo de Narvaez .
Estamos perante uma narrativa cavalheiresca, de amor e generosa nobreza de alma.
Eis como é descrito o mouro, de nobre e sedutora aparencia:
"...delante hasta poco vieron venir por el camino donde ellos ivan un gentil moro en un cavallo ruano; el moro era grande, y parecia bien a cavallo, y traía vestida una marlota de carmesí y un albornoz de damasco de la mesma color, todo bordado de hilo de oro y plata. En la cinta traía una hermosa cymitarra, y traía una adarga grande, y el braço derecho arremangado, y en la mano, una hermosa y larga lança de dos hierros, y en su cabeça, una rica toca tunesi, que dando muchas bueltas por ella le servía de hermosura y defensa a su persona, con muchos rapazejos de oro colgando y muchas perlas muy gruessas, de que muy ermoso se devisava.En este hábito venía el moro mostrando muy gentil continente, y cantava un cantar que conpuso en la dulce remembrança de sus amores, que dezia:

Nascido en Granada
de una linda mora
criado en Cártama
enamorado en Coín
frontero de Álora ."

A elegancia do jovem mouro torna-o naturalmente agradável aos olhos de quem o veja, e isso mesmo aconteceu com os cavaleiros que lhe saíram ao encalço. Apreciando o seu porte, e o seu canto enamorado, não lhe fizeram mal.
O interessante, para mim, quer o texto seja de autoria portuguesa quer não, é ver nele um respeito amistoso por um representante de uma outra cultura, ela mesma respeitada na sua natureza.
O amor apaga diferenças, mas mesmo na disputa guerreira houve, na descrição do texto, o apagamento completo de razões que não fossem do código cavalheiresco entre iguais.
Como seria interessante ver a Menina e Moça apaixonar-se por este Abindarraez...Mas ele já tem o coração preso pela bela Xarifa e é dos seus amores que esta lenda trata...

1 comment:

Art&Tal said...

eu nem sei como a encontrei.

dos seus livros quase todos.

há muitos anos

magnificos.