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Deixo a ideia de uma prenda de Natal, ou de Ano Novo, ou de Dia de Reis, para os amantes de Fernando Pessoa. Como se poderia dizer de brincadeira, Pessoa primeiro estranha-se e depois entranha-se....para sempre.
No caso de José Gil, como de tantos outros pessoanos, é o que se verifica: o retorno aos grandes temas, com as suas perplexidades, que pedem mais reflexão sempre que os abordamos.
Da cidade e do quarto de Bernardo Soares, no Livro do Desassossego, ao sensacionismo programado da Passagem das Horas, em Álvaro de Campos, discutindo pelo meio a relação com Ophélia, José Gil traz de novo aos seus leitores e aos leitores de Pessoa uma abordagem própria, lúcida, com a distância que o tempo cada vez mais permite.