Friday, May 19, 2006
Paul Klee
Ao grupo fundador do movimento BAUHAUS leva Paul Klee a sua sensibilidade musical (estudou piano desde criança) muitas vezes transpondo para a sua pintura a ordem, o equilibrío, a harmonia, ou mesmo um exercício como o da "Fuga", que conhecia por força dos estudos musicais.
A busca da forma e da côr era para ele o equivalente da busca da forma e do som nos compositores.O que para ele se desenvolvia no espaço, desenvolvia-se para os outros no tempo.
Mas era idêntico o processo da busca sempre em curso, surpreendente, inacabada ou aberta, como muitas das suas obras.Havia matemática estruturando a obra, como há matemática na elaboração musical. E havia pensamento filosófico, e psicológico, ou não fosse já Freud conhecido na sociedade culta mais avançada.
Enquanto em Berlin uma pléiade de artistas discutia e apresentava a sua visão inovadora, Robert Musil, austríaco que a guerra levaria para a Suiça apresentava, em O HOMEM SEM QUALIDADES, uma sociedade a caminho do abismo da qual emergia um novo ser, aberto (daí sem qualidades) um homem "em formação" a que a utopia do andrógino viria a dar forma final.
Enquanto se aguarda, pela mão de JOÃO BARRENTO, a tradução desta obra-prima, deixo uma imagem alusiva a esse inacabamento tal como Paul KLEE o concebeu.
Pode ser encontrado no magnífico volume PAUL KLEE, THE NATURE of CREATION,Hayward Gallery,London, 2002.
Chama-se L'HOMME APROXIMATIF (1931).
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