Friday, June 09, 2006

Alberto Pimenta



A primeira edição foi de 1977.Sucederam-se várias, em Portugal, em Itália, no Brasil.
Esta é de 1987, nas ed. Centelha, de Coimbra.
Espantoso, como o que então nos fazia rir hoje nos faz gargalhar, ainda que com desgosto.Portugal é um país que "divide" os que o amam; qualidade terrível pois atrai e repugna ao mesmo tempo, numa relação perversa e destrutiva.Alberto punha em sub-título ao Discurso.."com notas de Capêlo Filho " (alusão óbvia ao capêlo distintivo dos catedráticos...) "Catedrático de Literaturas Paradas".
Como são certeiras as suas palavras, e mais ainda agora, em que catedráticos ou não nos perdemos pelos corredores do tempo perdido, sem conseguir encontrar nada que valha a pena.
Alberto Pimenta pertence ao escol dos que tiveram e têm voz original, sem complacências, a par de uma erudição inteligente e cada vez mais rara. O SILÊNCIO DOS POETAS, para dar só um exemplo, é uma obra fundadora, de referencia, nas nossas bibliografias.
A sua contribuição para a literatura Experimental, para o exercício da Performance e para uma escrita poética ou de ficção sempre surpreendente, fazem dele um caso muito especial na nossa literatura : o olhar é despojado de intenções que não sejam as de livremente criar ironizando, renovando o discurso crítico ou partindo para uma aventura da alma feita de reflexão íntima, profunda, comovente.
Alberto Pimenta atravessou as ESTAÇÕES que são a marca da vida. Podemos seguir com ele, em boa companhia.

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