Saturday, November 10, 2007

Mealibra



Mealibra, revista de literatura e arte, celebra Agustina Bessa-Luís e David Mourão-Ferreira, nesta edição de Outono.
De Agustina celebram-se os 85 anos.
De David a memória.
Li Agustina pela primeira vez por sugestão de um amigo: lê OS INCURÁVEIS, lê os TERNOS GUERREIROS (eram os anos 60, eu tinha vinte anos). Na sua prosa excessiva, torrencial, podia-se mergulhar como num mar profundo. A sua obra tinha a marca do génio, a marca da diferença, quase uma maldição (por ser mulher). Atrevia-se, na cidade dos homens, a desarticular sentidos, paixões, percursos e cruzamentos sociais, numa escrita forte, determinada, em que imperava o universo feminino, com as suas sombras, os seus medos, as suas traições.
O mundo de Agustina é um mundo ao mesmo tempo mágico e cruel de tão real. O seu olhar não perdoa, a sua mão é fiel ao seu olhar.

1 comment:

Henrique Chaudon said...

Prezada Profª. Yvete:
Aproveito sua mais recente postagem para reafirmar minha admiração por seu trabalho e pedir-lhe que me oriente em relação à leitura de uma obra de Dürer - Melancolia - que me toca profundamente. Se um dia eu conseguir decifrar o universo que ela encerra serei um homem mais completo, tenho certeza.