Já morre devagar
sem dar por isso.
Está caído no chão,
coberto de palavras.
São metáforas, diz,
mas não sabe o que diz.
Não saberá escolher
a que mais chama por ele
e há mais tempo:
uma palavra-chave
uma palavra-grito
aquele segredo
de sangue tão antigo...
As palavras agitam-se:
chegou a hora.
Enchem-lhe a boca
de espuma.
Na espuma se afogará
escolhendo a palavra
errada,
a que não deixa voar.
Muito bonito.
ReplyDeleteOlá!
ReplyDeleteÉ sempre um prazer....
Lindo poema... gosto de ler versos assim, que quando os termino fico perplexo, admirado, aí releio mais umas duas vezes e a imagem incerta se forma e some na minha cabeça, fico só com a sensação do poema, e se tivesse que dizer o que entendi teria que usar muitas palavras, "escolhendo a palavra errada, a que não deixa voar."
ReplyDeleteAbraço.
Paulo,
ReplyDeleteQue sorte, escrever e pintar, o que possa faltar na palavra vem na côr...
Versos assim:
Henri Michaux, Paul Celan, Herberto Helder, e eu espero ir continuando....
Está on-line, aberto para ser lido sem custos o meu último livro, OUTONAIS, na ed. blurb.
Parabéns pelo seu blog, lindíssimo!
Não sou de entender poesia, mas essa eu achei muito boa mesmo! Adoro metalinguagem.
ReplyDeleteGostei muito do poema... Delicioso de se ler. =)
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